sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Comerciantes de Portimão querem mais guardas-noturnos




Comerciantes do Centro Histórico também já pediram câmaras de videovigilância, pois tem havido um aumento dos assaltos durante a noite às lojas e dos roubos por esticão à luz do dia.

A elaboração de novos dossiês para a colocação da videovigilância e a criação da Polícia Municipal são as grandes apostas da Câmara de Portimão para reforçar a segurança da cidade e do concelho.

Por isso, a autarquia reuniu-se na semana passada com a secretária de Estado da Administração Interna Dalila Araújo, a governadora civil de Faro Isilda Gomes, bem como representantes do comércio e das forças de segurança (PSP, GNR e SEF).

A vontade de avançar com estes projetos não é nova. No caso da videovigilância, a autarquia já tinha pedido há quatro anos a instalação das câmaras na Avenida Tomás Cabreira, na Praia da Rocha, mas «a Comissão Nacional de Proteção de Dados não autorizou a maioria das câmaras entre o Miradouro e a Fortaleza», disse Manuel da Luz, presidente da autarquia.

Apenas eram permitidas oito câmaras de vídeo nas zonas do Hotel Júpiter e junto ao estacionamento na V3, espaços que não são prioritários para a autarquia, pois é «na avenida principal, junto aos bares, que há mais ocorrências», afirmou o edil.

Como será elaborado um novo dossiê, que revê o inicial, tal como o «barlavento» já tinha adiantado em Junho, a Câmara alargará também o pedido da videovigilância ao Centro Histórico da cidade de Portimão.

«Temos que elaborar um estudo que leve à conclusão da necessidade da instalação das câmaras. Não sabemos quantas serão no Centro, mas na Praia da Rocha manter-se-ão as vinte iniciais», adiantou o autarca.

Em relação a esta questão, Dalila Araújo afirmou que o Ministério da Administração Interna é «favorável à instalação da vigilância em espaço público, desde que a monitorização seja feita em exclusivo pelas forças de segurança», quer para dissuadir o crime, quer para apoiar a investigação criminal.

Contactado pelo «barlavento», João Rosado, presidente da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, garantiu que há «um aumento dos assaltos à noite e dos furtos por esticão à luz do dia». Esta é uma das razões que leva os comerciantes a exigirem mais guardas-noturnos, um policiamento de proximidade nas zonas pedonais e o sistema de videovigilância.

Admitindo que os meios nunca são os desejados, o comandante da Esquadra da PSP local Carlos Pinto assegurou ao «barlavento» que as patrulhas apeadas são feitas durante o dia, sendo utilizadas as viaturas à noite. «O que delineamos é que os dois agentes que fazem a patrulha à noite param as viaturas em determinados locais e dão uma volta a pé nas imediações. Se for necessário, podem deslocar-se para outro local», avançou.

Na reunião, que decorreu longe dos olhares dos jornalistas, apenas os números sobre a criminalidade motivaram divergência entre as entidades.

O representante dos comerciantes não concorda que haja menos assaltos no Algarve, como a secretária de Estado terá afirmado, o que até provocou uma pequena altercação por parte da governante.

«Há sentimento de insegurança, em especial à hora de fecho dos estabelecimentos, devido a uma vaga de assaltos. Enquanto não quiserem olhar para a realidade semelhante em todo o Algarve será difícil fazer algo», disse João Rosado.

O outro dossiê, que prevê a criação da Polícia Municipal, será um investimento da Câmara, mas já conta com o apoio do Ministério para a sua elaboração.

«A candidatura que propunha ter 50 agentes em 2003 não avançou, porque estava prevista uma verba de 567 mil euros, financiada a 90 por cento pela Administração Central, mas a verba não foi incluída no PIDDAC em 2005». Como a legislação mudou em 2004 e não prevê qualquer financiamento pelo Governo, a Câmara terá que fazer um novo projeto e arcar com o custo.

Ambos os projetos se cruzam com os objetivos do Contrato Local de Segurança, estando a ser definidas também novas áreas para a colocação de guardas-noturnos. O objetivo é ter, pelo menos, o projeto da videovigilância concluído em 2011.

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