sábado, 21 de agosto de 2010

Correio do Minho: Associação Sócio-Profissional dos Guardas Noturnos pede rádios de comunicação e ligação ao SIRESP


«O presidente da Associação Sócio-Profissional dos Guardas Noturnos defendeu ontem a necessidade de estes profissionais serem equipados com rádios de comunicação e da sua ligação ao Sistema das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).

“O rádio está previsto na portaria que regulamenta o equipamento a ser usado pelos guardas noturnos, mas não existe, a não ser em algumas câmaras municipais, que investiram nisso”, disse à agência Lusa Carlos Tendeiro, considerando que a sua existência só faz sentido com a ligação ao SIRESP.

Carlos Tendeiro justificou a necessidade deste equipamento e da ligação ao SIRESP com o “trabalho de prevenção criminal e de apoio ao cidadão” que os guardas noturnos fazem.

“Muitas vezes somos os primeiros a chegar aos locais onde acontecem crimes”, declarou, acrescentando que aguardam uma resposta do Ministério da Administração Interna sobre estes pedidos.

O dirigente considerou ainda que se o guarda noturno que foi vítima de roubo e tentativa de homicídio na Marinha Grande, na madrugada de quarta feira, tivesse um rádio, “acionando este equipamento poderia ter mais rapidamente o apoio de colegas, das forças de segurança e um socorro mais rápido”.

O guarda noturno foi surpreendido por três homens na madrugada desse dia, quando saía do seu automóvel, anunciou a Polícia Judiciária (PJ), adiantando que os suspeitos -entretanto detidos - roubaram a sua arma e o casse- tête de serviço.

Segundo fonte do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ, os crimes ocorreram após o guarda noturno, que integra os órgãos sociais da associação, ter “repreendido o grupo junto de uma gasolineira e de uma área residencial por terem o som alto do rádio do carro”.

Antes de se colocarem em fuga, os três arguidos, com idades entre os 29 e 33 anos, agrediram o guarda noturno, tendo ainda disparado vários tiros com a arma deste, um dos quais atingiu, de raspão, o abdómen da vítima, que foi transportada para o hospital.

Segundo Carlos Tendeiro, não têm ocorrido situações como a da Marinha Grande e “as agressões a guardas noturnos são esporádicas”.

O presidente da Associação Sócio-Profissional dos Guardas Noturnos, que prometeu todo o apoio à vítima, defendeu também a existência de “proteção social que abranja indemnização à família de um guarda noturno morto em serviço”.

Por outro lado, o dirigente manifestou o desejo de que a atividade tenha tutela exclusiva do Ministério da Administração Interna e a “designação de guardas noturnos da PSP”, reclamando igualmente a formação prevista na legislação.

“Sermos ajuramentados” é outra proposta do presidente da associação, que exige ainda “isenção” para uso e porte de arma por parte dos guardas noturnos.»



Texto in Correio do Minho online, 20-8-2010

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